Em um dia comum de aula me veio à mente uma indagação. Foi na aula de teorias sociológicas clássicas e antes do debate o professor mandou a turma ler as teses sobre Feuerbach, escritas por Karl Marx. Até aí nenhum questionamento expressivo.
Descobri, lendo comentário expostos em livros, que as teses publicadas por Engels provieram de um rascunho no diário de Marx, rascunho este que o próprio escritor considerou indigno de publicar. Bem, a questão é: as teses são de fato relevantes ou só são importantes por provirem da mente de um “grande homem”? Mas minha indagação mental não se limitou apenas ao nobre alemão; viajou um pouquinho mais: será que tudo que é considerado intelectualmente importante, relevante em nossa sociedade, de fato o é?
Pensem nisso: será que todo aquele conhecimento que nos é posto para estudar no ensino médio de fato é necessário ou, indo ainda mais além, é verdadeiro? Exemplo clássico: temos de aprender que Álvares Cabral descobrio o Brasil, mas antes da "descoberta" já haviam mapas de domínio europeu que incluiam o Brasil neles. Por qual motivo temos de viver sabendo da história européia quando boa parte dessa história provém mesmo do oriente médio. Por que os escritos de poucos homens são chmados de grandes escritos enquanto outros são menos populares, são pouco significativos? Por que Carlos Drummond escreve "tinha uma pedra no meio do caminho" e não "havia uma pedra no meio do caminho" e o que escreveu não é considerado erro, mas sim algo de uma profundidade filosófia e literária incrível?
terça-feira, 5 de maio de 2009
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Quem é você? Quem sou eu? Não. Quem somos onde?
Quem é você? Quem sou eu? Depende. Quem somos onde?
Na escola, na faculdade, sou estudante e meu modo de falar e agir
tem de corresponder ao local no qual estou inserido. Como
Funcionário de uma empresa, tenho de me portar seriamente - apesar
de haver exceções -, respeitando hierarquias, batendo o ponto na hora
estabelecida. Bem, tenho de seguir várias regras que me fazem divergir do
"eu"estudante, "eu" amigo, do"eu" passageiro de coletivo, do "eu" filho, "eu" pai, "eu irmão".
Sou, somos, atores no anfiteatro do mundo. Já pararam para analisar como nos comportamos em determinados locais? Quando vamos à um restaurante de classe ao menos média e nos é servido aquele pedaço suculento de frango guisado. O desejo é de meter a mão e comer, afinal é mais rápido, mais fácil e mais saboroso. Mas isso não ocorre. seguimos nosso scipt de civilisados. Pegamos o garfo, a faca e vagarosamente cortamos por pedaços o frango. No entanto se esta mesma refeição estivece em nossa casa e, de preferência, ninguém estive olhando, não fariamos uma luta entre garfo e faca com o frango. Acabariamos com ele agarrando com as mãos, enfiando-o na boca e arrancando grandes pedaços. Ainda limpariamos agradavelmente os cantos da boca e os lábios com a língua.
Não somos e pronto. Somos onde.
domingo, 19 de abril de 2009
CRÔNICA-UMA TESE É UMA TESE
Autoria de Mario Prata, da Folha de São Paulo
Imagem da editoria ou anuncio Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290.
Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza.
Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria uma tesão.
Fonte:
www.marioprataonline.com.br
Visto em 15/04/2009
Imagem da editoria ou anuncio Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.
As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.
O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.
São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?
Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.
Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.
E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.
Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290.
Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.
Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.
Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?
Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?
E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza.
Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.
Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:
- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.
Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.
- O quê? Pirou?
- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?
Pensando bem, até que não é uma má idéia!
Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?
Acho que seria uma tesão.
Fonte:
www.marioprataonline.com.br
Visto em 15/04/2009
sábado, 18 de abril de 2009
Aborto sem eufemismos.
ABORTO SEM EuFEmIsMOs.
Atualmente o aborto é garantido por lei em duas hipóteses: quando por estupro ou em caso de gestação com risco real de morte da mãe. No entanto duas correntes de opiniões estão espalhadas pelo país. Uma afirma que tal lei é imoral, assassina e mesmo inconstitucional; a outra deseja a ampliação desse direito à pessoas que engravidaram e por qualquer motivo não querem continuar com a gestação, interrompendo-a.
È alegado pelo segundo grupo que o ser humano tem livre-arbítrio para fazer o que quiser com seu corpo, que não pode ser obrigado a gerar algo que não deseja, que é ridículo crer numa sociedade pós-moderna presa a dogmas medievos como a gestação de início ao fim a qualquer custo.
Se verificado no dicionário Aurélio da língua portuguesa a definição de assassinato, uma delas será “matar traiçoeiramente”. O que é o aborto induzido se não matar traiçoeiramente? Afinal, não é ser traiçoeiro atacar uma PESSOA incapaz de defender-se? Não é habitual escutar, no lugar de abortar um feto indesejado, “assassinar um bebê inconveniente” ou mesmo “matar uma criança ainda no ventre”. As duas últimas frases não são pronunciadas por serem verdades inconvenientes.
Falar de abortar um feto é desumanizado; “abortar” é vago e “feto” pode ser qualquer animal ainda no ventre materno, não é inerente apenas à raça humana, por isso as duas palavras quando pronunciadas em conjunto não causam pesar, receio, ou mesmo um ato reflexivo sobre a verdade: ASSASSINAR HUMANO, MATAR UM BEBÊ.
È afirmado também pelos que apóiam o ASSASSINATO DE CRIANÇAS AINDA NO ÚTERO que a legalização indiscriminada deste ato reduziria notoriamente as mortes de mães que tentam o assassinato por meios inseguros, arriscando sua própria vida. Há várias alegações para a mãe que não quer ter o bebê que carrega: falta de condições financeiras, vergonha de ser mal vista na família e sociedade, perda da liberdade, trauma, entre outros. Mas há uma solução mais simples e humana para a gravidez indesejada: a doação da criança para um orfanato.
O chamado aborto é ASSASSINATO de fato, é impedir uma vida, uma vida humana de ter uma história. Não é retrógrado ou radicalismo religioso defender a VIDA, é ético, é humano.
Atualmente o aborto é garantido por lei em duas hipóteses: quando por estupro ou em caso de gestação com risco real de morte da mãe. No entanto duas correntes de opiniões estão espalhadas pelo país. Uma afirma que tal lei é imoral, assassina e mesmo inconstitucional; a outra deseja a ampliação desse direito à pessoas que engravidaram e por qualquer motivo não querem continuar com a gestação, interrompendo-a.
È alegado pelo segundo grupo que o ser humano tem livre-arbítrio para fazer o que quiser com seu corpo, que não pode ser obrigado a gerar algo que não deseja, que é ridículo crer numa sociedade pós-moderna presa a dogmas medievos como a gestação de início ao fim a qualquer custo.
Se verificado no dicionário Aurélio da língua portuguesa a definição de assassinato, uma delas será “matar traiçoeiramente”. O que é o aborto induzido se não matar traiçoeiramente? Afinal, não é ser traiçoeiro atacar uma PESSOA incapaz de defender-se? Não é habitual escutar, no lugar de abortar um feto indesejado, “assassinar um bebê inconveniente” ou mesmo “matar uma criança ainda no ventre”. As duas últimas frases não são pronunciadas por serem verdades inconvenientes.
Falar de abortar um feto é desumanizado; “abortar” é vago e “feto” pode ser qualquer animal ainda no ventre materno, não é inerente apenas à raça humana, por isso as duas palavras quando pronunciadas em conjunto não causam pesar, receio, ou mesmo um ato reflexivo sobre a verdade: ASSASSINAR HUMANO, MATAR UM BEBÊ.
È afirmado também pelos que apóiam o ASSASSINATO DE CRIANÇAS AINDA NO ÚTERO que a legalização indiscriminada deste ato reduziria notoriamente as mortes de mães que tentam o assassinato por meios inseguros, arriscando sua própria vida. Há várias alegações para a mãe que não quer ter o bebê que carrega: falta de condições financeiras, vergonha de ser mal vista na família e sociedade, perda da liberdade, trauma, entre outros. Mas há uma solução mais simples e humana para a gravidez indesejada: a doação da criança para um orfanato.
O chamado aborto é ASSASSINATO de fato, é impedir uma vida, uma vida humana de ter uma história. Não é retrógrado ou radicalismo religioso defender a VIDA, é ético, é humano.
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